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Acredita-se que parques, praças, jardins e áreas de preservação ambiental são fundamentais para a qualidade ambiental nas cidades e garantem uma vida mais saudável para todos.

A Rede Verde emerge em Belo Horizonte através da conexão entre diversos movimentos ambientais, sociais e culturais que envolvem ações colaborativas e coletivas pela defesa da Mata do Planalto, do Parque Jardim América, dos Fícus da Bernardo Monteiro, da Serra do Gandarela, do Parque Lagoa Seca, Parque Lagoa do Nado, da Região do Isidoro e das demais áreas verdes da cidade que atualmente estão ameaçadas pelo Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PELO) de Belo Horizonte, que propunha mudanças nas regras de ocupação das áreas verdes da cidade. De autoria da prefeitura, a proposta PELO nº 7/2014 permitiria a instalação de equipamentos públicos de saúde, educação e assistência social em praças, parques, reservas ecológicas e espaços tombados, onde até então é proibida qualquer construção. Isto não permitiremos!

 

Acredita-se que parques, praças, jardins e áreas de preservação ambiental são fundamentais para a qualidade ambiental nas cidades e garantem uma vida mais saudável para todos. Além disto, defende-se que estes são locais coletivos para que os cidadãos possam viver parte das suas vidas em espaços de convívio que não sejam necessariamente shoppings, instituições privadas, condomínios fechados, e que a vivência cotidiana destes espaços e os processos de gestão destes territórios possam organizar movimentos cidadãos em defesa da democracia enquanto processo que garante o direito à função social e ambiental do território.

 

O objetivo principal da Rede é unir os movimentos ambientais, sociais e culturais que compartilham o desejo radical de defesa da natureza urbana e de todo verde que garanta qualidade de vida nas metrópoles. 

 

PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DA REDE VERDE:
• Horizontalidade: sem líder pré-definido, todos somos autores e atores;
• Processo colaborativo, coletivo e sem fins lucrativos;
• Respeito às singularidades de cada movimento;
• Autonomia dos movimentos partícipes da Rede Verde e responsabilidade própria nas suas ações;
• Não necessidade de participação da Rede Verde em todas as ações próprias de cada movimento, ficando aberto a cada grupo decidir se vai apoiar ou participar das diversas mobilizações.

Exemplos de tecnopolíticas colaborativas e coletivas produzidas pela Rede Verde: palestras, aulões, oficinas, cartilhas, ocupações culturais, produção de diretrizes para desenvolvimento de políticas públicas, apoio técnico junto aos movimentos através dos GT's específicos (ambiental, comunicação, jurídico, urbanístico, político).

 

POSICIONAMENTO POLÍTICO DA REDE VERDE CONTRA O URBANISMO NEOLIBERAL
Vivemos atualmente um modelo de cidade capitalista, onde os elementos naturais têm sido expropriados pelo Estado-capital. Todos observam como no Brasil as grandes cidades estão se tornando aceleradamente uma selva de pedras, dominada por políticas que envolvem o urbanismo neoliberal no qual quem determina o desenvolvimento das cidades tem sido as grandes empresas (empreiteiras, construtoras, bancos) em parceria com o Estado. Nas metrópoles brasileiras a presença da cobertura vegetal é mínima ou quase nenhuma em certas regiões.


Há um senso comum que envolve a tentativa de desvalorização das áreas verdes e que as caracterizam como espaço quase sempre de violência e de foco para uso de drogas, por exemplo. Entende-se que a desconstrução desses espaços verdes de convivência é um sintoma da falta de políticas públicas eficazes e de uma gestão urbana negligente e interessada em roubar dos cidadãos estes locais de convívio para transferi-los para o mercado.


Deve-se compreender que os problemas ambientais expostos nas grandes metrópoles demonstram a fragilidade e ineficiência do sistema democrático. Por questões óbvias, as cidades “concretadas” começam a dar sinais de esgotamento. A supressão da cobertura vegetal tem levado à escassez de seus recursos naturais, situação agora agravada pela falta da chuva, poluição das águas, contaminação do solo, poluição do ar e assoreamento dos rios urbanos. 


Que medidas iremos adotar como agentes transformadores desses espaços, buscando propostas que visam os desejos dos seus moradores, buscando outras perspectivas, numa forma de convivência humana que ative a apropriação dos bens comuns? Queremos que nossas cidades se tornem repletas de territórios democráticos (ou seja, de todos) e para isto a natureza tem papel central.
Outra posição importante da Rede Verde é o respeito aos movimentos sociais que lutam contra o Estado-capital que quer a todo custo transformar as cidades em empresas. Para isto, a Rede vem sendo um espaço fundamental para unir as lutas pelo verde às lutas por habitação. O movimento Resiste Isidora tem sido muito importante para mostrar que quem quer destruir uma gigante área verde (com perímetro similar à Avenida do Contorno) é o Estado junto ao mercado e não os moradores que levam, através das ocupações, um estilo de vida rural, preservando nascentes e mananciais por todo o território. Repensar este modelo de cidade-empresa é também colocar na pauta, para além das questões ambientais, as injustiças sociais que vêm criando cidades segregadas nas quais a qualidade ambiental existe apenas para alguns.


Por fim, a Rede Verde nasce nesse contexto, permitindo as trocas de experiências e criando um novo paradigma de discussões de espaços comuns nas metrópoles, unindo forças para a preservação das áreas verdes e contra a desigualdade social.

 

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